domingo, 26 de junho de 2011

Por uma greve combativa, fazendo frente ao governo do latifúndio

Autonomia e Luta N° 06

Chega de sermos destratados. De sermos ignorados. Este é o momento de canalizar as nossas energias para greve . Greve que para nós não rima com a passividade dos dirigentes do sindicato, nem mesmo com a calmaria com que o governador Silval Barbosa e a SEDUC encaram o nosso movimento. Este é o momento de potencializar a greve agitando as nossas demandas e não aceitando as migalhas que caem da mesa farta deste governo omisso em relação aos trabalhadores.
Estamos a mais de 10 dias em greve e observamos o mesmo descaso com o qual  os governos e a secretaria sempre trataram e tratam a educação. Nesses dias, pudemos assistir a uma chuva de falas na televisão desautorizando nosso movimento, ludibriando a sociedade com acusações contra os trabalhadores, enfim uma gama de engodos e distorções... Reuniões com as direções das escolas com ameaças infundadas, mas não retrocedemos, o movimento segue forte até a vitória.    
A greve ganhou adesão praticamente de todos os municípios do Estado de Mato Grosso, como há muito tempo não se via, além de estar acontecendo em vários Estados do Brasil, como Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Ceará... Trabalhadores da Educação, de norte a sul do país, gritam “Já BASTA!” às condições precárias e desumanas em que estão submetidos diariamente: falta de infra-estrutura, salário de miséria e longas jornadas de trabalho.
Enquanto os representantes do poder público afirmam, mentirosamente, que não existem recursos financeiros disponíveis, nem planejamento orçamentário, para o atendimento das reivindicações (básicas) da categoria, vemos os mesmos aumentarem o próprio salário descaradamente para 26,7 mil e proclamarem ao restante do Brasil o crescimento estadual de MT, que ultrapassa até a média nacional. A pergunta aqui não poderia ser outra: para onde está indo esta riqueza?
 Por outra via, não são poucas as críticas quanto à maneira como esta Greve tem sido conduzida: negociações e proposições centralizadas na direção do SINTEP-MT e a grande maioria dos trabalhadores da Educação sem informações nem calendários de luta. Sequer, foi formado um Comando de Greve, ficando a mesma personificada na direção da entidade. As notícias muitas vezes nos chegam por fontes pouco confiáveis como a televisão aberta. A direção não vem encaminhando os outros pontos de pauta...
Chega de Trabalho Escravo! Nestes dias de mobilização a base dos Trabalhadores da Educação deixou claro que o que legitima esta Greve não é somente a questão salarial, embora esta também seja importante. Não podemos mais admitir situações escandalosas como o não-pagamento da hora-atividade de profissionais que fazem o mesmo trabalho que efetivos e não recebem pelo mesmo. Outra distorção são os trabalhadores de nível fundamental que recebem menos que um salário mínimo por 30 horas de trabalho sem praticamente ter um plano de carreira e salário. Exigimos que a direção do sintep não se omita e encaminhe a reivindicação desses  pontos.
Não podemos aceitar de modo algum os abusos do governo e a falta de respeito para conosco. Estamos em luta e merecemos ser respondidos. Isso por si só já nos assegura um mínimo de dignidade.
Por tudo isso, conclamamos os(as) trabalhadores(as) da educação a se unirem mais e mais, mobilizando e fortalecendo nosso movimento grevista. É o momento de intensificarmos as nossas ações com atos de rua... e não deixarmos a greve na mão apenas da direção do Sintep. Divulgando nosso movimento e envolvendo a sociedade, exigindo do governo o atendimento das nossas pautas, pois elas são justas e imprescindíveis.

É NA LUTA QUE ARRANCAREMOS A NOSSA VITÓRIA!
O NOSSO MOVIMENTO CRESCE E SE FORTALECE NA RUA! AVANÇAR EM NOVAS CONQUISTAS! NEM UM PASSO ATRÁS!
Venha somar ao Autonomia e Luta.
Dia 29 de junho a Oposição Sindical de Mato Grosso traz para Cuiabá a professora Amanda Gurgel do RN.

Trabalhadores enfrentam a Seduc e entram em Greve!

Autonomia e Luta nº 5

Hoje é o primeiro dia da greve dos trabalhadores da educação de Mato Grosso, aprovada pela última assembléia reivindicando: o piso salarial de 1312,00 a hora atividade para os interinos e a imediata convocação de todos os concursados e classificados. Temos uma dura tarefa pela frente, a de construir um grande movimento de mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras da educação, que saia vitorioso e consiga avançar nas nossas reivindicações. A nossa primeira tarefa para construir um movimento forte é conseguir a adesão de toda a categoria.
A decisão coletiva da Assembléia de entrar em greve deve ser respeitada por todos, mesmo quem por ventura seja contra a greve. Mas alguns acreditam que cabe a cada escola definir se adere ou não ao movimento grevista. Criando uma situação difícil para muitos trabalhadores, afinal, a que decisão coletiva o trabalhador deve acatar, aquela que foi tomada pelo conjunto da categoria, ou aquela tomada em sua escola?
        O debate na escola deve ocorrer, mas antes da Assembléia, e que todos os trabalhadores e trabalhadoras, que sejam contra ou sejam a favor, participem da Assembléia e façam o debate com toda a categoria. Mas que após ser tomada a decisão, qual seja ela, a categoria saia dela unida.
Por isso é necessário neste momento construir a greve, fazer a mobilização e o debate. Sabemos que os trabalhadores, principalmente os contratados, sentem-se pressionados a não participar do movimento. Mas devemos ter claro que se todos os trabalhadores estiverem unidos, não existem meios de retaliação.
Em muitas escolas, sob a orientação da Seduc, os trabalhadores foram chamados a fazer uma ata identificando os trabalhadores que iriam ou não iriam participar da greve, com a justificativa de que os trabalhadores que aderissem deveriam assumir o compromisso pela reposição. Esta ação nos mostra um ensaio de repressão, um meio de coação ao trabalhador, mas que tem características de um blefe um teste para a força do nosso movimento.
Neste momento devemos todos estar unidos, pensando estratégias para transformar esta greve num momento de reflexão sobre a educação e fortalecimento da luta de todos os trabalhadores e trabalhadoras.  Nossas pautas de reivindicações são mais que salariais exigimos que o sindicato reivindique uma resposta  do governo referente ao não pagamento da hora atividade e a chamada dos concursadosEssa greve pode representar conquistas históricas para a educação, mas se a deixarmos apenas nas mãos da direção do SINTEP podemos repetir os erros da greve de 2008 onde a direção do sindicato não encaminhou a lutas da categoria. Com uma greve forte e combativa, mais rápido alcançaremos nossos objetivos. É importante a participação de todos e todas pressionando o sindicato a formar comissões de greve em cada cidade aberta a participação, debatendo com os estudantes, pais, comunidade fazendo atos de rua denunciando a intolerância do governo e o descaso com a educação.  
Chegou a hora de avançarmos em novas conquistas...Chega de trabalho escravo na educação Governador, pague a hora atividade para todos! Já!Por escolas com melhores condições de trabalho! Chamada de todos os concursados e classificados e concursos periódicos! Por um salário que atenda nossas necessidades, rumo ao salário mínimo do Dieese (2.255,84)!
 

Autonomia e Luta  é um boletim produzido por trabalhadores da educação inconformados com a precarização da educação  e descontentes com o
imobilismo da direção sindical (SINTEP).
Contatos:

autonomiaeluta@gmail.com

Trabalhadores da educação em Greve na Luta por melhores condições de trabalho e de Vida!

Autonomia e Luta nº 4
Desde 2009 o Sintep MT vem reivindicando o rebaixado piso salarial de 1.312,00 em amarradas negociações com o governo, obtendo apenas respostas negativas. 
Dessa forma mais uma vez nós, trabalhadores da educação somos obrigados a utilizar o instrumento da greve para que possamos conquistar nossas reivindicações e a mínima dignidade diante de um governo que ignora as necessidades dos trabalhadores. Devemos lembrar que a greve é historicamente uma arma de luta da classe trabalhadora e que jamais pode ser banalizada. Nesse sentido, nossa greve deve lutar não apenas pelo salário,  mas também pela implementação  da hora atividade para os interinos e pela posse imediata dos novos concursados. É injusto e até mesmo imoral que professores interinos façam o mesmo trabalho que efetivos e não sejam pagos por ele e que trabalhadores dentro da escola ganhem menos que um salário mínimo; é incompreensível que mesmo todos sabendo das reais vagas para os trabalhadores nas escolas não haja a posse dos concursados e classificados; e chega a ser absurdo como a Secretaria de Educação não possibilita a estrutura mínima para que possamos fazer nosso trabalho. Os prédios de muitas  escolas estaduais estão em ruínas  e as reformas, sob a desculpa burocrática, arrastam-se a passos de tartarugas  por anos. É vergonhoso e agressivo o desrespeito declarado da Secretaria e do governo para com os trabalhadores da educação e  estudantes.

Por Uma greve de luta e não de gabinete...
 Esses já não são grandes motivos para uma greve? Se quisermos mais respeito por nossa categoria, mais qualidade na educação pública, melhores salários e, acima de tudo, se quisermos fortalecer nosso movimento e nossas lutas, temos obrigatoriamente de levantar tais bandeiras. Um Sindicato realmente de luta não poderia, de modo algum, esquecer dessas nossas necessidades, sobretudo, em um momento de greve. Por tudo isso, convocamos os trabalhadores da educação a exigir que nossa greve seja bem mais que salarial e que seja verdadeiramente uma greve de LUTA que faça atos de rua, acampamentos, mobilizações etc. Para isso faz se necessário a formação de comissões de mobilização e greve com a participação de todos trabalhadores envolvendo escolas, bairros e cidade para além da burocracia da direção sindical que é envolvida com a SEDUC e que apóia o governo Silval Barbosa.
Aos ricos o governo dá tudo, aos pobres migalhas...
Esse é o momento de expor as contradições que estamos passando, onde se investe mais de 500 milhões de reais na construção de um estádio de futebol e, ao mesmo tempo se argumenta que falta recursos para construir hospitais, escolas e conceder reajustes que venham recompor os salários dos trabalhadores que atendem a população mato-grossense.  JÁ BASTA de negociações intermináveis e sem respostas efetivas, nossas necessidades são imediatas. Para avançar em novas  conquistas: hora atividade, chamada dos concursados e classificados no concurso e piso salarial unificado para todos os trabalhadores da educação, incluindo os técnicos do ensino fundamental.                                         Vamos à luta, até a vitória!!!

Autonomia e Luta  é um boletim produzido por trabalhadores da educação inconformados com a precarização da educação  e descontentes com o
imobilismo da direção sindical (SINTEP).