terça-feira, 5 de julho de 2011

Nada a Temer Se Não o Correr da Luta

Autonomia e Luta N° 07

É lamentável constatar que não há limites para o desrespeito do governo com os trabalhadores e trabalhadoras da educação em Mato Grosso.
A postura intransigente do governador Silval Barbosa, ao declarar publicamente que não está disposto a negociar com categoria em greve, pronunciada a princípio para os trabalhadores da saúde e repetida na greve dos trabalhadores da educação, explicita ainda mais a política autoritária empregada por esse governo que, mesmo aos poucos meses de gestão, impõe péssimas condições de vida para os trabalhadores e ainda criminaliza qualquer tentativa de luta por parte da população.
A greve da educação iniciou muito forte, pois a demandas se acumulam nas unidades escolares e a insatisfação é geral.
Conseguimos uma forte adesão nas duas primeiras semanas. No entanto, a inércia e morosidade da direção central e das sub-sedes de Várzea Grande e Cuiabá enfraqueceram o movimento que era quase unânime.
Ao mesmo tempo, a Seduc e o governo não foram morosos na arte de reprimir e ameaçar.
Foram feitas reuniões e mais reuniões coagindo os participantes. Com forte destaque na pressão aos interinos que constituíam a maior parte da categoria mobilizada. A gestão democrática que deveria representar a comunidade escolar, na maior parte das vezes, fez o papel de órgão repressor e correia de transmissão da SEDUC nas unidades. As ameaças também chegaram às unidades da CEFAPRO, que é composta de trabalhadores, mas que a SEDUC acredita estarem a serviço do governo. Os educadores dessas unidades foram proibidos de participar das Assembléias e sofreram forte pressão para não aderirem à greve sob ameaças de corte da gratificação. Também foram orientados a desarticular a mesma, utilizando, inclusive, a chamada “sala do educador”.
A pressão que muitos colegas se submeteram denuncia, entre outras coisas, a pouca presença do sindicato nos espaços escolares ao longo de vários anos, gerando insegurança com as posturas de sua direção que recua a luta por interesses eleitoreiros como fez em outros momentos.
Soma-se a isso que a mesma direção do sindicato que não se esforça em realizar um sindicalismo de base adotou uma postura extremamente centralizadora ao longo das atividades de greve, monopolizando o microfone durante os atos; impedindo a formação de um comando de greve; centralizando holofotes nas suas lideranças que usam nosso sindicato como trampolim político, ignorando pautas levantadas pela categoria e conduzindo as negociações conforme suas orientações partidárias.
O último ato do dia 30, apesar da forte adesão da categoria, foi desmobilizado e perdeu o caráter de protesto diante de uma articulação da cúpula petista representada pelo ex-deputado Alexandre César e o deputado Bruneto com a direção.
O que observamos foi a tentativa de
fabricar uma saída "vencedora" a partir de uma “nova velha” proposta que em nada atende nossas reivindicações e reafirma o caráter autoritário do governo e da SEDUC (PMDB/PT), ficando claro que essa direção não encaminhou minimamente a luta pela hora atividade, pois não tivemos nenhuma resposta do governo para esse ponto.
Infelizmente, a direção do SINTEP, mais uma vez, caminha no sentido de abortar a luta da categoria, fazendo um malabarismo retórico para enxergarmos numa velha proposta, alguma novidade, selando nossa greve que tem sido em muitos aspectos exemplar para diversas categorias do Estado. Procuram, como sempre, apresentar derrotas como se fossem vitórias.
É hora de dar um basta a essa cultura de desmobilização que lastimavelmente impera no SINTEP ao longo dos últimos anos.
Vamos seguir firmes em nossa luta por melhores condições de trabalho, por valorização salarial e por um sindicato comprometido com as lutas dos trabalhadores e não com conchavos de gabinete. Por uma prática combativa no dia a dia das escolas nem um passo atrás, avançar em novas conquistas.

Quem é o Juiz que decretou a ilegalidade da greve?
A liminar foi concedida pelo desembargador José Tadeu Cury que foi condenado no ano passado, por desvio de dinheiro da justiça para construção de um templo maçom, ele também foi acusado por venda de sentenças além de envolvido em inúmeros escândalos. Obviamente esse senhor não tem legitimidade para julgar nosso movimento.
Ilegal é o desembargador José Tadeu Cury e o governador Silval.

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contatos: autonomiaelutamt@gmail.com
tel. 8118-5301
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